segunda-feira, maio 18, 2009
Estamos de volta aos
dias moribundos de ca-
lor e outono
onde as folhas gordas
viram e suspiram no si-
lêncio amarelado
onde vimos pela pri-
meira vez o brilho novo
do céu
estamos de volta
atrás de nós as ondas
da memória cercam nos-
sos gestos
o nascimento da tarde
é maior que as limita-
ções sem tempo
estamos de volta e pe-
quenos e sozinhos,
olhos, dores e sonhos
abertos diante do dia
estamos de volta ao mes-
mo lugar enorme e irre-
sistível/ às sombras mo-
ribundas de calor e
outono
Ana Cristina César: Infância
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Poema que poderia ser musicado pela Violeta de Outono
ResponderExcluirAmo ACC.
ResponderExcluir"lá onde o silencio é relva
ResponderExcluirde lá corrói-se hoje o texto
corrói-se porque hoje o agarra
o pré-texto que nunca se alheia
e o antecede em silêncio
lá onde os signos me esquecem
separados pré-texto e soneto
esqueço que os tenho alheios
à pressa de separá-los
esqueço que lábios e signos
sem pressa se fazem relva
e inscrevo desconhecido
o último verso desgarrado:"
26.9.1972 - A.C.C
publicado em antigos e soltos - poemas e prosa da pasta rosa
Aplausos para o poema.Poesia verdadeira.
ResponderExcluironde compro "todos" os seus livros?
ResponderExcluirMuito bom este poema. Quando lemos tanta coisa vazia por aí, encontrar um texto com esta fluência poética, dá uma esperança de que a questão seja procurar. Um beijo para a autora.
ResponderExcluirAgora notei que já havia deixado um comentário, e estou me repetindo, mas não faz mal, é sinal de reconhecimento da qualidade.