domingo, dezembro 06, 2015



Uma mulher quase plena atravessa a lua.
Todavia, não se pode ter certeza
- e se for lágrima de chuva guardada?
- e se for purpurina solar?
É impossível saber sem erro.
Ainda estás dormindo, bem sei,
e é verde, completamente verde,
o tempo ruidoso lá fora.
Na prisão desse tempo,
nada podes perceber.
Não, não é mais cedo, ao contrário,
o mundo parece demasiado tarde
pro muito pouco que trazemos
entre os dedos.
É estranho que durmas tão alheio
enquanto uma mulher, seguramente plena,
atravessa a lua.

Em Não se vai sozinho ao paraíso, primeiro romance que integra a trilogia místico-erótica de Állex Leilla — cujo centro são as micro-...