sábado, outubro 19, 2013

Impressões de viagem

1. Frankfurt, Alemanha: interessantíssima viagem, apesar de muito cansativa - 10 horas num avião é um carma sem fim! Mas ficamos num lugar paradisíaco com um rio à porta, e um restaurante dentro de um barco/navio. O bairro era quase todo de 1600. Fomos em algumas ruas que pareciam perdidas no tempo, um tanto medievais.

2. Fora o frio de lascar, (chegamos com 12º, mas foi baixando pra 7º, 6º, 5º, 4º, e antes de sairmos diziam que chegariam a 1º, e ainda era outono, frisavam!), tudo era muito acolhedor. Podem me chamar de preconceituosa, mas fiquei espantada com a receptividade dos alemães - todo mundo fala inglês e param pra dar informação sorrindo, são muito solícitos. Não esperava tal comportamento do povo que gerou Hitler! Os agentes literários e os tradutores na Messe Frankfurt também muito receptivos e educados - tão distantes de nossos representantes, ó vida, ó herança!

3. Descobri que adoro cerveja! Sou uisqueira nata e todos os meus amigos sabem que cerveja me dá azia. Porém, as alemães não deram! São supergostosas. O segredo, nos disseram, é a água de boa qualidade, além da ausência de conservantes (as cervejas brasileiras têm muito conservante). Bebemos cerveja todos os dias.

4. Finalmente vivi um outono, com aquela paisagem típica dos filmes de Kiéslowsk: árvores amarelo-bronze, tudo meio amarronzado, trens excelentes, pontualíssimos e melancólicos. Ninguém te pede bilhete algum, subtende-se que se você pega o trem é porque já pagou. Tínhamos direito a pegar qualquer um porque a inscrição como autor na Feira de Frankfurt dava esse acesso, mas ninguém nos cobrou coisa alguma - não há catracas em lugar nenhum. As ruas são hiperlimpas, ninguém atravessa com sinal aberto, mesmo que não venha carro algum - isso me deu impaciência várias vezes! Também tem uma pista de bicicleta e você, enquanto pedestre, não pode passar por ela. Tem uma ponte em que os amantes vão e colocam um cadeado, selando o compromisso - mas não fizemos isso, estava muito frio, apenas passamos de táxi pela ponte.

5. A comida é boa e muito barata em comparação com a daqui. Há restaurantes de tudo que é tipo. Tem hamburger vegetariano (não é de soja, é vegetariano mesmo, com um mundo de vegetais dentro e por fora aquela "capinha" tipo risoles). Uma delícia! Fomos em restaurantes tailandeses maravilhosos e muito baratos. Também fomos comer sobremesa num lugar turco, doces muito variados e caprichadíssimos, todavia, açúcar demais cansa meu paladar!

6. Fizemos, eu e meu senhor, João Filho, duas leituras de textos nossos vertidos pro alemão - João Filho pela editora que o traduziu na antologia Pop Corn, organizada por Timo Berger; eu pela editora Lettréatage, que publicou a antologia Wir Sind Bereit, organizada por Marlen Eckl; e nós dois lemos conjuntamente, no espaço da Biblioteca Nacional, trechos da antologia Autores Bahianos, publicada pela Editora P55 em convênio com a Secult/BA, uma publicação em 4 línguas (português, alemão, inglês e espanhol). Depois disso, os livros foram doados gratuitamente pela idealizadora da antologia e coordenadora de literatura do estado, Milena Britto.

7. Creio que a polêmica do discurso de Luiz Ruffato e a não-ida de Paulo Coelho e demais fofocas já devem ser notícias velhas e prefiro não comentar... a não ser que Ruffato está bombando na Alemanha!

Um comentário:

  1. Állex, que saudade das suas palavras, que vestem a realidade de uma beleza e conforto, redescobrindo as paisagens e as pessoas por onde você passa. Com toda sinceridade, ainda bem que eu te conheci! Muito obrigada!

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