Por que caras em vez de palavras? Isso simplesmente. Caras tão somente. Uma coisa tão chata que dá nó nos ossos tentar entendê-la. As pessoas, esses focinhos de porcos, essas palavras toscas, os beijinhos no rosto, “aqui em São Paulo é só um, no Rio são dois”, argh!, risinhos de puro cinismo, “eu tenho todos os livros dele editados no exterior, sabe?”, segure o vômito, “passei 20 dias na Itália”, deixa eu passar, seu nordestino imundo, por que não vai dar o cu pra outro, meu anjo?, um murro no meio da venta ainda é pouco, “porque meu tio agora é presidente da câmara, entende?”, tudo isso debaixo de um friiiiiiiiiiiio!, casacos pretos, marrons, xales, sobretudos, que coisa linda essa menina de verde, que coisa besta esse rapaz fazendo pose, quanta canseira, quanto cuspe, “vamos pra Vila Madalena ou pro Bexiga?”, veja: “o viadinho pedante recebe 500 reais do banco pra vir aqui falar mal do banco, pode?”, “ele escreve mal pra cacete mas se orgulha de ganhar dinheiro com roteiro de cinema nacional”, cinema nacional, você disse?, “uma bosta”, isso sim.
Começa assim:
– Mamãe, eu quero ser famoso.
Lugar desimporta.
Pode ser São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador. O ser humano não deu pra nada na vida? Tem de ser famoso.
Toca algum instrumento?
Não.
Tem voz para cantar?
Não.
Pinta alguma coisa?
Na-nã-nim-nã-não!
Desenha?
Qual!
Dirige? Atua? Dança?
Necas de pitibiriba.
Sobra o que pra quem não tem talento pra nada?
Literatura.
Ave, palavra. A mãe da ignorância.
quinta-feira, junho 14, 2007
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ResponderExcluirVocê nem precisa dizer quem é a bichinha dos 500 paus...gostei da acidez.
ResponderExcluirhahaha, parece que você curtiu bastante são paulo...
ResponderExcluirbeijo!